segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A força das cores no mundo dos negócios

As cores exercem grande influência no mundo dos negócios e na vida dos seres humanos. Elas são fortes ferramentas de marketing e produzem verdadeiras induções de identificação com o objetivo de transformar sonhos em realidades.

Pode parecer filosófico, mas vejamos: todos nós temos um grupo de cores da nossa preferência. Dentro desse grupo, sempre exaltamos uma ou, no máximo, duas cores de maior valor, que definimos como as cores da nossa preferência absoluta. Quando compramos uma roupa ou um automóvel, ou pintamos um ambiente, buscamos cores que traduzam, através desta identificação, uma condição de diferenciação e que gerem ainda a sensação de bem-estar.

O setor têxtil é, provavelmente, um dos setores mais versáteis, pois necessita efetuar duas campanhas de mudança de cores a cada ano: uma baseada na coleção primavera-verão e outra na coleção outono–inverno. Assim, as cores nascem com uma antecedência de dois ou três anos, antes mesmo que sejam lançadas no mercado. As cores para 2008, por exemplo, já estavam sendo trabalhadas em 2004/2005, da mesma maneira que as tonalidades para 2010/2011 já estão em pleno andamento.

As cores possuem ainda uma periodicidade cíclica, gerada através de um espaço de tempo – que compreende um intervalo entre o lançamento e seu retorno, de um período correspondente em média entre 20 e 30 anos. Assim, as cores retornam com uma nova roupagem, um novo apelo, uma nova proposta.

Este movimento dinâmico iniciado pela indústria têxtil e seguido pela maioria dos outros segmentos é influenciado também por outros fatores como: movimentos artísticos e culturais, apelos e ou identidades visuais, novas linhas de produtos, relançamentos e campanhas publicitárias.

Alguns segmentos dependem da cor como ferramenta para simbolizar a mudança. Como exemplo, podemos citar os artigos eletro-eletrônicos,cujos tons prata deverão ser em breve substituídos por tons dourados claros, também denominados de leves e discretos, assim como tonalidades claras e médias de grafites.

As geladeiras e os produtos da chamada “linha branca” estão sendo lançados em novas linhas coloridas, dentro de um conceito atual, embora já utilizado na década de 70. Até na telefonia celular podemos observar aparelhos coloridos como sendo propostas cada vez mais comuns neste segmento de mercado, da mesma forma o iPod.

No segmento decorativo e arquitetural, anualmente são direcionadas novas cores, visando criar uma nova identificação entre o mercado e os consumidores. A utilização cada vez mais freqüente pelo consumidor de identificação das cores pessoais com as inúmeras propostas contidas nos sistemas tintométricos vem alavancando o uso de novas tonalidades de cores.

Neste segmento, nos deparamos com uma nova realidade principalmente na cidade de São Paulo. Em função da nova legislação sobre a identidade visual das fachadas, todos buscam criar uma nova identidade visual para os seus imóveis com a aplicação e combinações de cores contrastantes que permitam um impacto visual. Essa postura poderá ser adotada em outras capitais, conforme vêm anunciando as autoridades de várias localidades.

Vários estudos e avaliações são projetados e efetuados pelos principais produtores de tintas para este segmento. Os fabricantes levam em conta as tendências de cores, conforme as observações de vários profissionais que participam também do processo de seleção das novas cores. Eventos como a Casa Cor são utilizados como um tipo de laboratório para permitir que os consumidores tenham uma visão mais realística das utilizações das cores dentro de ambientes diferenciados.

Em alguns mercados, como o automotivo, a cor é diretamente ligada ao design do produto, chegando até mesmo a traduzir estilos. As cores vermelhas sólidas, por exemplo, possuem um apelo mais esportivo do que os vermelhos azulados; o marrom não é bem aceito pelos brasileiros como cor para veículos; já as cores escuras, sobretudo o preto, refletem uma certa simbologia de status em quase todos os artigos.

Hoje, quando todos correm em busca de resultados cada vez melhores e mais rápidos, as cores têm um papel ainda mais importante como ferramenta de marketing. Dentro do conceito onde o estudo virou trabalho e o trabalho virou estudo, é fundamental selecionar uma paleta de cores correta, levando em conta o máximo de informações, tendências, design do produto e público-alvo, entre outros fatores.

A globalização tornou essa disputa ainda mais acirrada e, assim, as cores seguem exercendo um poder diferenciador na cadeia dos consumidores. As cores passaram a ser um item qualificador, com um papel extremamente importante para alavancar as vendas. As cores seguem exercendo grande influência no mundo dos negócios, pois possuem o poder de despertar emoções na alma, no senso, na imaginação, na inspiração, na motivação e no desejo de todo ser humano.

Por: Marcos Luiz Ziravello Quíndici é membro do Conselho Técnico Cientifico da Associação Pró-Cor do Brasil

Fonte: www.procor.com.br
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