sábado, 16 de fevereiro de 2008

Beijing 2008

A gente aqui desce o pau na China sobre assuntos como pirataria, design ruim, inglês sofrível ou violação dos direitos humanos.

Mas faça-se justiça, isso é a parte ruim da China. Existem coisas boas que devem ser mencionadas, além do rolinho primavera e do traseiro da Chun Li.

Depois do logotipo das Olimpíadas de Londres de 2012 (que já estão dizendo que todo esse banzé foi uma estratégia viral pra divulgar a marca, e se foi mesmo, foi um dos piores marketings de guerrilha criados até agora), ficou faltando um tapinha nas costas do pessoal que criou o logotipo das Olimpíadas de 2008, de Beijing.



Ponto para a China, esse logotipo tem conceito baseado em algo sólido, no caso a cultura antiga chinesa, e não em “fish and chips” coloridos.



Toda a programação visual foi baseada em ideogramas arcaicos chineses, os primeiros ideogramas que existiram há mais de 3.000 anos.

Esses pictogramas são de tirar o boné, uma sacada muito bem feita. Quem entender um pouco de ideogramas vai perceber algumas “inversões” capciosas de símbolos, como esse pictograma de natação, onde eles usam o trigrama “fogo” no lugar do ideograma e trigrama “água”:



Esses ideogramas eram feitos talhados na pedra ou em madeira, não eram pintados, por isso a uniformidade dos traços. Depois eles foram evoluindo até chegar na versão conhecida até hoje, que deram origem aos ideogramas japoneses.

Essa tabela são ideogramas arcaicos chineses que eu fiz para meus estudos de filosofia da China antiga, são os ideogramas dos 64 hexagramas do I Ching, pra ver a semelhança com os pictogramas acima:




Outra peça digna de nota é a tocha olímpica. O design foi criado pela Lenovo, e se chama “Nuvem da Promessa”, puxando o design pros símbolos arcanos de nuvens (as nuvens são o lugar onde moram e escondem os dragões, que representam as forças que criam todas as coisas no mundo).

O design é até interessante, mas não deixa de ter um quê de um badulaque que você pode comprar em uma daquelas lojinhas da Liberdade que vendem balinhas de melão.



Fonte: Blog hiro Art
WWF-Brasil. Cuidando do ambiente onde o bicho vive. O bicho-homem.